quinta-feira, 21 de junho de 2012

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Quando trabalhamos com a morte as pessoas esperam sempre que saibamos reagir à mesma. Que saibamos os seus contornos, o seu interior, as suas consequências. E como em tudo, as pessoas criam expectativas em relação a nós. Acham sempre que é mais fácil, que vamos saber reagir, que vamos saber o que dizer ou como nos vamos sentir. As pessoas esperam sempre que lhes consigamos aliar um bocado a dor, a mágoa, o choque. Mas isso é mentira.  Se conseguimos ser racionais no nosso dia-a-dia quando a coisa nos toca a nós (ou a alguém muito próximo) o mundo vira-se ao contrário na mesma e não há forma de o fazer voltar atrás.
Por isso, quando às 4h30 da manhã olho para o telefone (tive um pressentimento, tinha-me deitado há cerca de 2h e em situação alguma olharia para o telefone aquela hora) e vejo uma mensagem a dizer "a minha avó morreu", fiquei com aquela sensação de "se eu respirar mais profundamente ou me mexer muito mais vou cair".
E não sei o que dizer, o que sentir. As coisas não estão bem, não vão ficar bem, mas eu prometo que vou ser sempre a pessoa que vai chorar contigo. E eu acredito que os anjos, as pessoas especiais, ficam sempre em nós, no nosso coração.

1 comentário:

  1. sempre em nós, sempre o mim. Os anjos, nao se esquecem, nao se perdem, nunca, mesmo quando partem para a sua moradia eterna.
    Tu és um desses anjos, o meu anjo em terra... E "eu prometo que vou ser sempre a pessoa que vai chorar contigo", sempre. Amo-te muito.
    C.E.

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